quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A HORA E A VEZ DOS LEIGOS

Recuperando a visão bíblica dos ministérios na igreja

         Autor: R. Paul Stevens
         Editora: ABU

Sinopse:
Paul Stevens mostra que a tarefa principal do pastor não é fazer, mas equipar. Ele argumenta que nem sempre o modelo do pastor assalariado, de tempo integral, é o melhor. A igreja precisa também de pastores que exerçam outra profissão.

A Hora e a vez dos Leigos é um livro cheio de ideias que desafiam os conceitos tradicionais:
• O melhor treinamento do pastor ocorre na igreja e não no seminário.
• Cada crente possui um ministério e tem a responsabilidade de exercê-lo.
• O pastor “fazedor de tendas” traz uma contribuição sem igual para a igreja quando trabalha em equipe.
• A liderança da igreja deve estar nas mãos de uma equipe pastoral formada por pessoas consagradas e experientes.

Aprenda com alguém que teve a coragem de recomeçar tudo aos 37 anos de idade: “Depois de 15 anos ensinando a Bíblia como pastor-mestre, fui ser aprendiz de carpinteiro... Mas, para mim, aquele mergulho no mundo dos leigos era a única maneira de ganhar base experiencial para um ministério mais amplo de preparação de líderes.”

SUMÁRIO
Apresentação
Prefácio
PARTE 1: PONTOS DE PARTIDA: EXPERIÊNCIA E BÍBLIA

1. Confissões de um leigo temporão
2. A abolição dos leigos: fundamentos bíblicos
PARTE 2: ESTRUTURAS PARA CAPACITAR LEIGOS

3. Uma pequena escola bíblica bem desestruturada e caótica
4. Como construir uma igreja em torno de um ponto de ônibus
PARTE 3: A TEOLOGIA DA CAPACITAÇÃO DOS LEIGOS

5. O trabalho como ministério
6. Capacitação para a missão: onde você está?
PARTE 4: ESTRATÉGIA PARA CAPACITAR LEIGOS

7. Seis maneiras de vencer a armadilha do ministério-solo
8. A defesa do pastor voluntário
9. A espiritualidade de um fazedor de tendas
PARTE 5: A CAPACITAÇÃO DO CAPACITADOR

10. A capacitação espiritual do capacitador
11. Um leigo verdadeiramente liberado
Notas

SOBRE O AUTOR:
Paul Stevens, autor de A hora e a vez dos leigos, A Espiritualidade na Prática, Os outros seis dias, Disciplinas para um coração faminto e Deus e o Mundo dos Negócios, entre outros. Paul Stevens é professor emérito de teologia aplicada no Regent College, em Vancouver, Canadá. É um dos líderes de Marineview Chapel, no Canadá, onde tem colocado em prática muitas ideias desenvolvidas nesta obra.


"O trabalho é uma vocação divina, um chamado. Como vocação, não é uma coisa que escolhemos como maneira de nos sentirmos realizados. Pelo contrário, o trabalho que não corresponde a uma vocação divina que inclua todos os aspectos de nossa vida – local de trabalho, família, igreja, vizinhança e sociedade – nos é prejudicial. Em última análise, a nós compete agradar a Deus no trabalho que fazemos diariamente". [R. Paul Stevens]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A formação teológica e profissional do ministro bivocacionado

Romildo Ricardo Ramlow
12/12/2012

Falar de ministério bivocacionado é conciliar profissão e vocação. Isso implica formação acadêmica que qualifique a pessoa para exercer uma profissão, seja cursando uma graduação ou técnico, na modalidade presencial ou EaD (Educação a Distância). O mesmo vale para a formação teológica, diferenciando um aspecto: a formação teológica não é estritamente própria para quem decide atuar como ministro de tempo integral.
Com os avanços e a democratização da educação nos últimos anos, o acesso e a facilidade de cursar não somente uma, mas duas ou mais graduações e especializações é ilimitado. Mesmo para quem já está trabalhando, administrando o próprio negócio ou mesmo não teve oportunidade em outras épocas de estudar, pode iniciar uma faculdade e concluir uma (ou mais) graduação. Isso inclui formação profissional e vocacional, ou seja, você pode conciliar trabalho e vocação, bastando para isso cursar teologia sem precisar deixar seu atual trabalho e fonte de renda.

Buscando ampliar a visão sobre ministério bivocacionado, sugiro a leitura do livro Ministério: vocação ou profissão – o preparo ministerial ontem, hoje e amanhã. Neste livro, da Editora Hagnos, o autor Justo L. Gonzáles (clique aqui pra ler um trecho) explora e apresenta a preparação ministerial de outros tempos diante da crise e falta de vocações ao ministério e egressos em faculdades teológicas.

Gonzáles destaca que no contexto da igreja católica, o maior problema é a ‘falta de vocações’, mas que “o problema não está na falta de interesse nos estudos teológicos e ministeriais. Nesse caso, a questão é: enquanto o ministério laico e os estudos necessários para a sua preparação despertam entusiasmo, não existe interesse pelo ministério ordenado” (p. 05). Podemos perceber que Gonzáles destaca que o problema não é interesse pela formação teológica, mas pela ordenação, ou seja, exercer o ministério de tempo integral.
O que motiva a crise e o desinteresse pelo ministério de tempo integral? Justo L. Gonzáles (2012, p. 05,06) nos ajuda nessa questão:

Não cabe a mim oferecer soluções que não me foram solicitadas, mas ouso dizer que, se a igreja católica romana não encontrar solução para esse problema, dentro de algumas décadas os sacerdotes ordenados terão tempo apenas para rezar a missa, celebrar casamentos e outras tarefas semelhantes, deixando aos leigos as tarefas de dimensões mais pessoais do ministério pastoral. Esse fato, por sua vez, vai agravar a crise, já que existem claros indícios de que uma das causas da atual escassez de vocações sacerdotais é que as tarefas às quais muitos padres precisam dedicar boa parte de seu tempo estão muito distantes do trabalho pastoral propriamente dito. São tarefas administrativas e sacramentais que não despertam a imaginação nem o entusiasmo dos jovens que procuram uma profissão que lhes ofereça sentido à vida.

Se Gonzáles está destinando sua observação e análise a igreja católica, vale destacar que as igrejas protestantes não fogem muita a regra, pois a crise assola e perpassa denominação, tendo como característica não o interesse pela teologia, mas as condições vividas e tarefas desempenhadas pelo ministro de tempo integral. A crise é antes eclesiológica do que teológica.
           
            Gonzáles destaca que os sinais da crise entre os protestantes são outros. Ele diz que “com a exceção de algumas denominações, a crise não está na falta de quem ouça o chamado para o ministério em tempo integral. O problema se encontra na falta de conexão entre esse chamado e boa parte do que se oferece em termos de preparação para o ministério” (p.06). Ele ainda diz:

“Ouvimos na América Latina aquilo que também se escuta nos Estados Unidos - e muito mais na Europa: a denúncia de que os seminários e as escolas de teologia parecem não preparar adequadamente seus alunos para a prática ministerial, e que, muitas vezes, aqueles que não estudaram em seminários se tornam melhores pastores e pastoras do que os graduados por alguma instituição. Sem dar toda a razão para os que pensam dessa forma, devemos reconhecer que as denominações que mais crescem não são as mesmas que exigem estudos em seminário para o pastorado. Ainda que o crescimento numérico de uma igreja não deva ser a única medida de julgamento quanto à eficácia de seu ministério, o próprio fato de as igrejas que mais estudos exigem de seus pastores serem aparentemente as que menos crescem parece indicar uma lacuna entre o ensinado no seminário e o praticado na igreja. Tal constatação deveria servir de alarme para a educação teológica tradicional” (p.08).

            Seja em questões de atuação e eficiência ministerial, independente da crise de vocações e a péssima qualidade na formação teológica apontada por Gonzáles, é possível entender o seguinte: o ministério eficaz não tem nada a ver com ministros de tempo integral ou parcial. A própria formação teológica na igreja antiga é uma prova de que os líderes não frequentaram faculdades de teologia, mas tinham conhecimento e formação em outras áreas e era assim, pela sua capacidade (filosofia, retórica e oratória), designado ministro.

            Atualmente, com os avanços tecnológicos, novas alternativas para o preparo profissional e teológico estão disponíveis. Mesmo dispondo de mais e melhores recursos didáticos, como do excesso de informações (boas e ruins), a vocação e preparo para o ministério está ao alcance de (quase) todos. Quanto a crise da preparação ministerial, Gonzáles diz que esta “possui uma dimensão tal que não será resolvida com apenas alguns ajustes no currículo, ou novos métodos administrativos, mas será necessário examinar tudo o que fazemos com o objetivo de atingir mudanças bem mais radicais” (p. 10).

            Em resumo, a proposta de Gonzáles neste livro é “lançar um breve olhar no passado da preparação ministerial, para saber se há algo na história que serve de fundamento para nossa resposta aos desafios do presente. E além disso, mostrar que boa parte da realidade, tida por nós hoje como perfeitamente natural e até mesmo necessária à vida da igreja — por exemplo, os próprios seminários — nem sempre foi e que possivelmente existam outras maneiras de fazer tais coisas. Ou seja, o conhecimento do passado — ou melhor, dos passados — nos livra da escravidão do passado imediato, cuja continuação é muitas vezes apresentada como a única alternativa possível” (p. 10).

            Recomendo a leitura de Ministério: vocação ou profissão – o preparo ministerial ontem, hoje e amanhã, na esperança que o preparo e a prática ministerial carecem de alternativas e que existem outras maneiras de se alcançar os mesmos objetivos.

Movimento neopentecostal brasileiro

Ficha Técnica:
  • Título: Movimento neopentecostal brasileiro
  • Subtítulo: Um estudo de caso
  • Autor: David Allen Bledsoe
  • Páginas: 200
  • Categoria: Liderança 
  • Edição: 2012
  • Editora: Hagnos

  • Clique aqui é leia um trecho.
     
     
    Sinopse:
    Ao longo das últimas duas décadas o movimento neopentecostal brasileiro se espalhou notavelmente pelo país. As igrejas afiliadas ao movimento compõem o segmento evangélico que mais cresce. Alguns estimam que os adeptos representem mais de 42% da população pentecostal em geral. Além disso, elas têm diversificado de maneira significativa o cenário evangélico da nação.

    Neste livro, o autor mostra dados preliminares sobre o neopentecostalismo brasileiro e a Igreja Universal do Reino de Deus – IURD. O texto vai discorrendo sobre o desenvolvimento do pentecostalismo brasileiro, desde o seu início e até o atual movimento da terceira onda. Segue-se uma análise de aspectos da IURD: seu fundador e líder principal, controvérsias e críticas à denominação, organização eclesiástica, principal via de ministério, mensagem fundamental e expansão no Brasil e no exterior.

    Daí para frente, temos a exploração de fatores que facilitaram o crescimento da IURD e sua integração na sociedade brasileira. As áreas consideradas abrangem o ensino sobre a salvação, aspectos referentes à cosmovisão, dinâmica da comunhão, importância da contribuição financeira e sua interação social.

    Diante do conteúdo apresentado, líderes eclesiásticos poderão compreender melhor a complexidade, ensinamentos, estratégias e práticas da IURD e de igrejas congêneres, bem como seu impacto missiológico. O leitor também entenderá como a IURD se encaixa no movimento neopentecostal e a diferença entre ela e a Igreja evangélica histórica.

    Ministro que cresce, igreja cresce!

    Dennis Bickers
    Muitos anos atrás eu li um livro com o mesmo título deste post do blog que foi escrito por Reginald McDonough. A premissa do livro não é difícil de descobrir. Apenas os ministros que estão crescendo pode levar ajudar uma igreja a crescer. O que eu achei útil como um jovem pastor foi às quatro áreas do autor identificadas em que precisávamos crescer. Negligenciar qualquer uma dessas áreas fará com que o nosso crescimento pessoal se torne limitado, prejudicando nossa capacidade de levar nossas igrejas ao crescimento. Ele disse que o ministro precisava:

    1. Crescer em nossa auto-compreensão;
    2. Crescer em habilidades relacionais;
    3. Crescer em habilidades de liderança;
    4. Crescer a imagem e semelhança de Cristo.

    Um dos desafios que tive durante meu ministério estava em manter estas áreas em equilíbrio. Vou trabalhar em uma área por um tempo e depois perceber que eu estou deslizando em outro. Por exemplo, acho que é muito fácil querer concentrar no desenvolvimento de minhas habilidades de liderança, mas depois acordar um dia e perceber que minhas habilidades relacionais tornaram-se pobres. Normalmente, quando isso acontece, é por que me tornei tão focado em alcançar as tarefas que precisam ser feitas que eu ignore as pessoas ao meu redor. Eu começo a vê-los como um obstáculo para o meu ministério ao invés de ver que eles são o meu ministério! Nesse ponto eu tenho de arrepender-se e começar de reconstruir essas relações. Da mesma forma, haverá momentos em que eu realmente quero focar na tentativa de entender melhor a mim mesmo que o foco se volte somente a mim, em vez de estar voltado para Cristo. Você pode ver como facilmente qualquer uma destas áreas pode sair do equilíbrio e ter um impacto negativo em nossas vidas e ministério? É vital a importância de buscar continuamente maneiras de crescer em cada uma dessas áreas.

    No livro, McDonough escreve que "o crescimento pessoal significativo tem quatro características básicas: é intencional, direcional, dinâmico e relacional". Resumidamente, ele explica que o crescimento pessoal não é automático, mas é por opção. Cada um de nós deve decidir crescer como indivíduos, que não devemos apenas devemos reagir ao que a vida nos traz, mas temos que desenvolver um plano de crescimento pessoal e definir metas para o nosso crescimento. O crescimento é controlável e diante das várias fases de vida estaremos desta forma bem preparados para a próxima fase. É dinâmico, pois nunca termina. O sucesso no crescimento pessoal não é um destino, mas deve ser entendido como a própria forma de viver. Por fim, o crescimento é relacional. Ocorre no relacionamos com os outros e com Deus. Crescimento não vem quando nos isolamos um do outro, antes e tão somente, através de nossos relacionamentos com as várias pessoas que encontramos na vida.

    Crescimento é sempre um processo se estamos falando de crescimento pessoal ou o crescimento da igreja, mas é um processo intencional. O que você vai fazer em 2013 para crescer como pessoa, como cônjuge, como pai, como ministro? Se você é ministro bivocacional, como você vai crescer como um empregado ou empregador? O que você está fazendo agora que impede o seu crescimento pessoal e deveria pôr de lado? Que livros você pretende ler no ano que vem que vai ajudar no seu crescimento? Que novos relacionamentos você quer desenvolver? Que relações antigas que você precisa evitar? Em nosso mundo corrido e atarefado, como você vai desacelerar o suficiente para ser capaz de ouvir a voz mansa e suave de Deus falando com você?

    Há realmente uma correlação entre crescimento pessoal do ministro e igrejas em crescimento. Olhando para trás, para o meu pastorado, agora posso ver que foi durante os tempos em que eu estava crescendo, que a nossa igreja também cresceu, e quando eu estava crescendo pessoalmente, a minha igreja também crescia. Eu vejo a mesma coisa agora como um líder que trabalha com numerosas igrejas. Os benefícios de ter um plano de crescimento pessoal são enormes para você, sua família e seu ministério. Se você não tiver feito isso, comece agora a desenvolver tal plano para a sua vida em 2013.

    Traduzido e adaptado por Romildo Ricardo Ramlow.