quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A HORA E A VEZ DOS LEIGOS

Recuperando a visão bíblica dos ministérios na igreja

         Autor: R. Paul Stevens
         Editora: ABU

Sinopse:
Paul Stevens mostra que a tarefa principal do pastor não é fazer, mas equipar. Ele argumenta que nem sempre o modelo do pastor assalariado, de tempo integral, é o melhor. A igreja precisa também de pastores que exerçam outra profissão.

A Hora e a vez dos Leigos é um livro cheio de ideias que desafiam os conceitos tradicionais:
• O melhor treinamento do pastor ocorre na igreja e não no seminário.
• Cada crente possui um ministério e tem a responsabilidade de exercê-lo.
• O pastor “fazedor de tendas” traz uma contribuição sem igual para a igreja quando trabalha em equipe.
• A liderança da igreja deve estar nas mãos de uma equipe pastoral formada por pessoas consagradas e experientes.

Aprenda com alguém que teve a coragem de recomeçar tudo aos 37 anos de idade: “Depois de 15 anos ensinando a Bíblia como pastor-mestre, fui ser aprendiz de carpinteiro... Mas, para mim, aquele mergulho no mundo dos leigos era a única maneira de ganhar base experiencial para um ministério mais amplo de preparação de líderes.”

SUMÁRIO
Apresentação
Prefácio
PARTE 1: PONTOS DE PARTIDA: EXPERIÊNCIA E BÍBLIA

1. Confissões de um leigo temporão
2. A abolição dos leigos: fundamentos bíblicos
PARTE 2: ESTRUTURAS PARA CAPACITAR LEIGOS

3. Uma pequena escola bíblica bem desestruturada e caótica
4. Como construir uma igreja em torno de um ponto de ônibus
PARTE 3: A TEOLOGIA DA CAPACITAÇÃO DOS LEIGOS

5. O trabalho como ministério
6. Capacitação para a missão: onde você está?
PARTE 4: ESTRATÉGIA PARA CAPACITAR LEIGOS

7. Seis maneiras de vencer a armadilha do ministério-solo
8. A defesa do pastor voluntário
9. A espiritualidade de um fazedor de tendas
PARTE 5: A CAPACITAÇÃO DO CAPACITADOR

10. A capacitação espiritual do capacitador
11. Um leigo verdadeiramente liberado
Notas

SOBRE O AUTOR:
Paul Stevens, autor de A hora e a vez dos leigos, A Espiritualidade na Prática, Os outros seis dias, Disciplinas para um coração faminto e Deus e o Mundo dos Negócios, entre outros. Paul Stevens é professor emérito de teologia aplicada no Regent College, em Vancouver, Canadá. É um dos líderes de Marineview Chapel, no Canadá, onde tem colocado em prática muitas ideias desenvolvidas nesta obra.


"O trabalho é uma vocação divina, um chamado. Como vocação, não é uma coisa que escolhemos como maneira de nos sentirmos realizados. Pelo contrário, o trabalho que não corresponde a uma vocação divina que inclua todos os aspectos de nossa vida – local de trabalho, família, igreja, vizinhança e sociedade – nos é prejudicial. Em última análise, a nós compete agradar a Deus no trabalho que fazemos diariamente". [R. Paul Stevens]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A formação teológica e profissional do ministro bivocacionado

Romildo Ricardo Ramlow
12/12/2012

Falar de ministério bivocacionado é conciliar profissão e vocação. Isso implica formação acadêmica que qualifique a pessoa para exercer uma profissão, seja cursando uma graduação ou técnico, na modalidade presencial ou EaD (Educação a Distância). O mesmo vale para a formação teológica, diferenciando um aspecto: a formação teológica não é estritamente própria para quem decide atuar como ministro de tempo integral.
Com os avanços e a democratização da educação nos últimos anos, o acesso e a facilidade de cursar não somente uma, mas duas ou mais graduações e especializações é ilimitado. Mesmo para quem já está trabalhando, administrando o próprio negócio ou mesmo não teve oportunidade em outras épocas de estudar, pode iniciar uma faculdade e concluir uma (ou mais) graduação. Isso inclui formação profissional e vocacional, ou seja, você pode conciliar trabalho e vocação, bastando para isso cursar teologia sem precisar deixar seu atual trabalho e fonte de renda.

Buscando ampliar a visão sobre ministério bivocacionado, sugiro a leitura do livro Ministério: vocação ou profissão – o preparo ministerial ontem, hoje e amanhã. Neste livro, da Editora Hagnos, o autor Justo L. Gonzáles (clique aqui pra ler um trecho) explora e apresenta a preparação ministerial de outros tempos diante da crise e falta de vocações ao ministério e egressos em faculdades teológicas.

Gonzáles destaca que no contexto da igreja católica, o maior problema é a ‘falta de vocações’, mas que “o problema não está na falta de interesse nos estudos teológicos e ministeriais. Nesse caso, a questão é: enquanto o ministério laico e os estudos necessários para a sua preparação despertam entusiasmo, não existe interesse pelo ministério ordenado” (p. 05). Podemos perceber que Gonzáles destaca que o problema não é interesse pela formação teológica, mas pela ordenação, ou seja, exercer o ministério de tempo integral.
O que motiva a crise e o desinteresse pelo ministério de tempo integral? Justo L. Gonzáles (2012, p. 05,06) nos ajuda nessa questão:

Não cabe a mim oferecer soluções que não me foram solicitadas, mas ouso dizer que, se a igreja católica romana não encontrar solução para esse problema, dentro de algumas décadas os sacerdotes ordenados terão tempo apenas para rezar a missa, celebrar casamentos e outras tarefas semelhantes, deixando aos leigos as tarefas de dimensões mais pessoais do ministério pastoral. Esse fato, por sua vez, vai agravar a crise, já que existem claros indícios de que uma das causas da atual escassez de vocações sacerdotais é que as tarefas às quais muitos padres precisam dedicar boa parte de seu tempo estão muito distantes do trabalho pastoral propriamente dito. São tarefas administrativas e sacramentais que não despertam a imaginação nem o entusiasmo dos jovens que procuram uma profissão que lhes ofereça sentido à vida.

Se Gonzáles está destinando sua observação e análise a igreja católica, vale destacar que as igrejas protestantes não fogem muita a regra, pois a crise assola e perpassa denominação, tendo como característica não o interesse pela teologia, mas as condições vividas e tarefas desempenhadas pelo ministro de tempo integral. A crise é antes eclesiológica do que teológica.
           
            Gonzáles destaca que os sinais da crise entre os protestantes são outros. Ele diz que “com a exceção de algumas denominações, a crise não está na falta de quem ouça o chamado para o ministério em tempo integral. O problema se encontra na falta de conexão entre esse chamado e boa parte do que se oferece em termos de preparação para o ministério” (p.06). Ele ainda diz:

“Ouvimos na América Latina aquilo que também se escuta nos Estados Unidos - e muito mais na Europa: a denúncia de que os seminários e as escolas de teologia parecem não preparar adequadamente seus alunos para a prática ministerial, e que, muitas vezes, aqueles que não estudaram em seminários se tornam melhores pastores e pastoras do que os graduados por alguma instituição. Sem dar toda a razão para os que pensam dessa forma, devemos reconhecer que as denominações que mais crescem não são as mesmas que exigem estudos em seminário para o pastorado. Ainda que o crescimento numérico de uma igreja não deva ser a única medida de julgamento quanto à eficácia de seu ministério, o próprio fato de as igrejas que mais estudos exigem de seus pastores serem aparentemente as que menos crescem parece indicar uma lacuna entre o ensinado no seminário e o praticado na igreja. Tal constatação deveria servir de alarme para a educação teológica tradicional” (p.08).

            Seja em questões de atuação e eficiência ministerial, independente da crise de vocações e a péssima qualidade na formação teológica apontada por Gonzáles, é possível entender o seguinte: o ministério eficaz não tem nada a ver com ministros de tempo integral ou parcial. A própria formação teológica na igreja antiga é uma prova de que os líderes não frequentaram faculdades de teologia, mas tinham conhecimento e formação em outras áreas e era assim, pela sua capacidade (filosofia, retórica e oratória), designado ministro.

            Atualmente, com os avanços tecnológicos, novas alternativas para o preparo profissional e teológico estão disponíveis. Mesmo dispondo de mais e melhores recursos didáticos, como do excesso de informações (boas e ruins), a vocação e preparo para o ministério está ao alcance de (quase) todos. Quanto a crise da preparação ministerial, Gonzáles diz que esta “possui uma dimensão tal que não será resolvida com apenas alguns ajustes no currículo, ou novos métodos administrativos, mas será necessário examinar tudo o que fazemos com o objetivo de atingir mudanças bem mais radicais” (p. 10).

            Em resumo, a proposta de Gonzáles neste livro é “lançar um breve olhar no passado da preparação ministerial, para saber se há algo na história que serve de fundamento para nossa resposta aos desafios do presente. E além disso, mostrar que boa parte da realidade, tida por nós hoje como perfeitamente natural e até mesmo necessária à vida da igreja — por exemplo, os próprios seminários — nem sempre foi e que possivelmente existam outras maneiras de fazer tais coisas. Ou seja, o conhecimento do passado — ou melhor, dos passados — nos livra da escravidão do passado imediato, cuja continuação é muitas vezes apresentada como a única alternativa possível” (p. 10).

            Recomendo a leitura de Ministério: vocação ou profissão – o preparo ministerial ontem, hoje e amanhã, na esperança que o preparo e a prática ministerial carecem de alternativas e que existem outras maneiras de se alcançar os mesmos objetivos.

Movimento neopentecostal brasileiro

Ficha Técnica:
  • Título: Movimento neopentecostal brasileiro
  • Subtítulo: Um estudo de caso
  • Autor: David Allen Bledsoe
  • Páginas: 200
  • Categoria: Liderança 
  • Edição: 2012
  • Editora: Hagnos

  • Clique aqui é leia um trecho.
     
     
    Sinopse:
    Ao longo das últimas duas décadas o movimento neopentecostal brasileiro se espalhou notavelmente pelo país. As igrejas afiliadas ao movimento compõem o segmento evangélico que mais cresce. Alguns estimam que os adeptos representem mais de 42% da população pentecostal em geral. Além disso, elas têm diversificado de maneira significativa o cenário evangélico da nação.

    Neste livro, o autor mostra dados preliminares sobre o neopentecostalismo brasileiro e a Igreja Universal do Reino de Deus – IURD. O texto vai discorrendo sobre o desenvolvimento do pentecostalismo brasileiro, desde o seu início e até o atual movimento da terceira onda. Segue-se uma análise de aspectos da IURD: seu fundador e líder principal, controvérsias e críticas à denominação, organização eclesiástica, principal via de ministério, mensagem fundamental e expansão no Brasil e no exterior.

    Daí para frente, temos a exploração de fatores que facilitaram o crescimento da IURD e sua integração na sociedade brasileira. As áreas consideradas abrangem o ensino sobre a salvação, aspectos referentes à cosmovisão, dinâmica da comunhão, importância da contribuição financeira e sua interação social.

    Diante do conteúdo apresentado, líderes eclesiásticos poderão compreender melhor a complexidade, ensinamentos, estratégias e práticas da IURD e de igrejas congêneres, bem como seu impacto missiológico. O leitor também entenderá como a IURD se encaixa no movimento neopentecostal e a diferença entre ela e a Igreja evangélica histórica.

    Ministro que cresce, igreja cresce!

    Dennis Bickers
    Muitos anos atrás eu li um livro com o mesmo título deste post do blog que foi escrito por Reginald McDonough. A premissa do livro não é difícil de descobrir. Apenas os ministros que estão crescendo pode levar ajudar uma igreja a crescer. O que eu achei útil como um jovem pastor foi às quatro áreas do autor identificadas em que precisávamos crescer. Negligenciar qualquer uma dessas áreas fará com que o nosso crescimento pessoal se torne limitado, prejudicando nossa capacidade de levar nossas igrejas ao crescimento. Ele disse que o ministro precisava:

    1. Crescer em nossa auto-compreensão;
    2. Crescer em habilidades relacionais;
    3. Crescer em habilidades de liderança;
    4. Crescer a imagem e semelhança de Cristo.

    Um dos desafios que tive durante meu ministério estava em manter estas áreas em equilíbrio. Vou trabalhar em uma área por um tempo e depois perceber que eu estou deslizando em outro. Por exemplo, acho que é muito fácil querer concentrar no desenvolvimento de minhas habilidades de liderança, mas depois acordar um dia e perceber que minhas habilidades relacionais tornaram-se pobres. Normalmente, quando isso acontece, é por que me tornei tão focado em alcançar as tarefas que precisam ser feitas que eu ignore as pessoas ao meu redor. Eu começo a vê-los como um obstáculo para o meu ministério ao invés de ver que eles são o meu ministério! Nesse ponto eu tenho de arrepender-se e começar de reconstruir essas relações. Da mesma forma, haverá momentos em que eu realmente quero focar na tentativa de entender melhor a mim mesmo que o foco se volte somente a mim, em vez de estar voltado para Cristo. Você pode ver como facilmente qualquer uma destas áreas pode sair do equilíbrio e ter um impacto negativo em nossas vidas e ministério? É vital a importância de buscar continuamente maneiras de crescer em cada uma dessas áreas.

    No livro, McDonough escreve que "o crescimento pessoal significativo tem quatro características básicas: é intencional, direcional, dinâmico e relacional". Resumidamente, ele explica que o crescimento pessoal não é automático, mas é por opção. Cada um de nós deve decidir crescer como indivíduos, que não devemos apenas devemos reagir ao que a vida nos traz, mas temos que desenvolver um plano de crescimento pessoal e definir metas para o nosso crescimento. O crescimento é controlável e diante das várias fases de vida estaremos desta forma bem preparados para a próxima fase. É dinâmico, pois nunca termina. O sucesso no crescimento pessoal não é um destino, mas deve ser entendido como a própria forma de viver. Por fim, o crescimento é relacional. Ocorre no relacionamos com os outros e com Deus. Crescimento não vem quando nos isolamos um do outro, antes e tão somente, através de nossos relacionamentos com as várias pessoas que encontramos na vida.

    Crescimento é sempre um processo se estamos falando de crescimento pessoal ou o crescimento da igreja, mas é um processo intencional. O que você vai fazer em 2013 para crescer como pessoa, como cônjuge, como pai, como ministro? Se você é ministro bivocacional, como você vai crescer como um empregado ou empregador? O que você está fazendo agora que impede o seu crescimento pessoal e deveria pôr de lado? Que livros você pretende ler no ano que vem que vai ajudar no seu crescimento? Que novos relacionamentos você quer desenvolver? Que relações antigas que você precisa evitar? Em nosso mundo corrido e atarefado, como você vai desacelerar o suficiente para ser capaz de ouvir a voz mansa e suave de Deus falando com você?

    Há realmente uma correlação entre crescimento pessoal do ministro e igrejas em crescimento. Olhando para trás, para o meu pastorado, agora posso ver que foi durante os tempos em que eu estava crescendo, que a nossa igreja também cresceu, e quando eu estava crescendo pessoalmente, a minha igreja também crescia. Eu vejo a mesma coisa agora como um líder que trabalha com numerosas igrejas. Os benefícios de ter um plano de crescimento pessoal são enormes para você, sua família e seu ministério. Se você não tiver feito isso, comece agora a desenvolver tal plano para a sua vida em 2013.

    Traduzido e adaptado por Romildo Ricardo Ramlow.

    quarta-feira, 5 de setembro de 2012

    Igreja Irresistível

    Wayne Cordeiro

    Clique aqui e leia um trecho 


    Não importa se você é pastor, líder leigo ou se apenas frequenta a igreja, este livro contém princípios comprovados que, uma vez aplicados, transformam-se em ideias revolucionárias para levar a sua igreja ao próximo nível de eficácia”.
    (Bill Hybels, pastor sênior da Igreja Willow Creek)

    "O livro trata, na verdade, de tornar a igreja irresistível para o céu".
    (Wayne cordeiro)

    A igreja irresistível mostrará como a sua igreja pode ser usada por Deus de maneiras incríveis, apropriando-se dos 12 princípios práticos para ser uma igreja que o céu aplaude - incluindo maneiras de incentivar o amor pela comunidade, de desenvolver uma cultura de serviço, de transformar visitantes em frequentadores regulares e muito mais.

    O foco, diz o autor, não está nos programas, mas em ser uma igreja que Deus não pode deixar de abençoar. Quando uma igreja assim tem fome da presença de Deus, promove relacionamentos saudáveis e conecta todos os recursos a sua disposição para a missão de salvar o perdido e fazer o cristão crescer, então ela se torna vibrante e irresistível para Deus - e para as pessoas.

    Não importa o tamanho do orçamento ou da congregação, qualquer igreja pode desenvolver as características apresentadas neste livro e tornar-se irresistível!

    Wayne Cordeiro é fundador e pastor sênior da New Hope Christian Fellowship em Honolulu, Havaí. Escritor, compositor e conferencista, entre seus livros estão Andando com o tanque vazio?, Mentores segundo o coração de Deus e Faça de sua igreja uma grande equipe. Implantar igrejas é o que move seu coração, por isso Wayne ajudou a implantar mais de 100 igrejas na costa do Pacífico. Ele e a esposa, Anna, vivem em Honolulu e têm três filhos adultos.

    sexta-feira, 11 de maio de 2012

    Grandes Igrejas, Pequenos Líderes


    
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    Este livro é dedicado aos milhares de pastores “des­conhecidos” que dedicam a vida com abnegação, esforço e às vezes falta de reconhecimento, porque amam as ovelhas que Cristo lhes confiou. De outro lado, quase sempre desenvolvem seu ministério sem ferramentas ou recursos apropriados, mas conseguem, pelo próprio esfor­ço e, acima de tudo, pela graça de Deus, construir “grandes igrejas”, não em número de membros, mas em espiritualidade, simplicidade e amor a Cristo.
    Não menos importante, este livro é dedicado aos milhões de “líderes pastorais” que Deus levantou nos últimos anos. São líderes de pequenos grupos, células, grupos familiares ou líderes que ministram à vida de crianças, adolescentes, jovens ou casais. Tais líderes não aparecem, não estão na capa das revistas gospel, nem nos programas de televisão, mas constroem todos os dias uma igreja forte e grande, basica­mente obedecendo à ordem de Jesus de fazer discípulos e ensinar a eles todas as coisas.

    Este livro visa encorajar aos lideres – servos a continuarem servindo. Desafiá-los a conti­nuarem sendo “pequenos líderes”, por mais que cresçam, e contribuir para que sua visão seja a de construir “grandes igrejas”, não apenas em ta­manho, mas em espiritualidade, discipulado, transparência e semelhança à Cristo.

    "Ouve-se muito dizer que o bom líder é aquele que serve. Mas, onde podemos receber ensinamentos e detalhes de como servir? O autor, começando com Jesus, detalha o significado, características e atitudes, de um líder-servo para que ele seja, aja e treine outros para que também o sejam. O livro é rico de textos bíblicos, com um toque de abençoada devoção. Você será enriquecido lendo e estudando este livro."
    Ary Velloso
    Fundador da Igreja Batista do Morumbi – SP e da Igreja Batista do Catuaí – Londrina- PR

    "Recomendo este livro porque concordo, inteiramente, com o pastor Josué Campanhã, pois os líderes que têm coração de servo, além de cumprirem a exigência de Jesus, nosso líder-mestre, terão melhores chances de ser bem sucedidos."
    Russell Shedd, Ph.D
    Missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil

    "A figura do líder carismático, multitalentoso (com mais de “cinco talentos”) e centralizador, muitas vezes, e em muitos lugares, impede que a igreja seja o corpo de Cristo. Grandes igrejas, pequenos líderes, é um livro bem pesquisado, fundamentado nas Escrituras, com uma forte ênfase sobre o ministério de Jesus Cristo. É prático e aplicável, nos relembra a força, a importância e o alto impacto do sacerdócio universal de todos os crentes. Recomendo este livro com alegria."
    Jeremias Pereira
    Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte-MG

    "Da servitude de Jesus, no “lava-pés”, ao arrojado investimento do conde Zinzendorf, na preparação e envio dos membros morávios, Josué Campanhã, neste precioso livro, resgata o conceito de liderança servil e relacional aplicado à gente comum, que, fora dos holofotes, dos títulos e dos púlpitos, exerce a função pastoral sob a unção, a graça e o poder do Espírito Santo de Deus."
    Armando Bispo
    Igreja Batista Central de Fortaleza - CE

    quarta-feira, 4 de abril de 2012

    Limites e possibilidades para o ministério bivocacionado


    MÉTODO E MODELO MINISTERIAL

    BICKERS, Dênnis W. Pastor e Profissional: A alegria do ministério bivocacionado. Rio de Janeiro: Textus, 2001.



    Existe uma verdade nessa frase: “Se você faz sempre as mesmas coisas, obterá sempre os mesmos resultados”. Também podemos saber que se fazemos sempre as coisas da mesma forma, nunca faremos nada diferente. É possível fazermos a coisa certa de forma diferente, isso por que, o estilo de vida das pessoas hoje é diferente do que a época de nossos avós. A própria tecnologia está mais avançada, sofisticou. Ontem o cavalo era um meio de transporte interessante e indispensável, hoje, ainda pode ser, mas todos irão concordar que o carro é mais prático e eficiente. Ambos são uteis, de acordo com sua finalidade.
                Quando o assunto é ministério eclesiástico, o princípio é o mesmo. Existem muitas formas de desenvolver o ministério. Cada época e cultura exigem formas próprias para sua realização. Cabe a nós buscar compreender a os princípios e contextualizado de acordo com a época. Não é uma questão de inventar algo novo, mas de fazer algo de forma diferente. Vamos destacar algumas possibilidades de ministério eclesiástico para o século XXI.
    Primeiramente, antes de estabelecermos os limites e as possibilidades para o ministério bivicacionado, vamos a definição o conceito: “O ministro bivocacionado é aquele que tem um trabalho secular e uma posição de ministro remunerado, ou não, na igreja. É também conhecido por fazedor de tendas, sendo o exemplo bíblico o apóstolo Paulo, que se sustentou financeiramente fabricando tendas” (p. 10).
    A primeira possibilidade e relevância do ministro bivocionado para as igrejas está no fato de que muitas denominações (igrejas locais) são restritas quanto a recursos financeiros, não podendo dispor de um pastor de tempo integral. Também junto a isso, o próprio tamanho da igreja, sendo por sua vez, pequeno em número de membresia, muitas destas sofrem com mudanças freqüentes na liderança pastoral, daí, o ministro bivocacionado, além de ajudar na situação financeira de uma pequena igreja, também oferece estabilidade da qual necessita para alcançar seu potencial. Somado a isto, o ministro bivocacionado tem maiores condições do que aquele de tempo integra, pois poderá permanecer mais tempo numa mesma igreja, permitindo desenvolver maior confiança entre os membros e o ministro, o que gera efetividade ministerial.
    Frente ao problema do ministério pastoral de curta duração, o ministro bivocacionado pode ficar mais tempo, pois não enfrenta as mesmas pressões financeiras que os ministros de tempo integral, sendo que alguns bivocacionados dão mais a igreja em forma de dízimo e ofertas do que recebem.
    Outra grande possibilidade para o ministério bivocacionado está nas frentes de missão transcultural, onde que a força-tarefa missionária precisa de homens e mulheres com um trabalho cristão de dupla vocação (profissional e ministerial) para transpor barreiras de resistência religiosa que se apresenta frente a importante estratégia de evangelização mundial.
     Também frente a grande carência de pastores e missionários em muitas regiões e de algumas denominações, o ministro bivocacionado dispõe de melhor perfil junto a estes contextos. Também o ministério bivocacionado se faz útil junto às muitas iniciativas missionárias, formação de novas comunidades, pois estes por sua vez exigem liderança e cuidado pastoral, mas que não tem recursos suficientes para proporcionar um ministério de tempo integral. Os próprios ministros (pastores e missionários) bivocacionados podem desempenhar um importante papel na implantação de novas comunidades.
    Como muitas igrejas necessitam de ajuda para esticar as finanças escassas (novas igrejas ou igrejas rurais e tradicionais), podendo o ministro bivocacionado vir a possibilitar as condições de desenvolvimento ou mesmo ajudar algumas igrejas a se manterem vivas o tempo suficiente para uma transição ou aprender a caminhar por si mesma.
    Sabendo que muitos seminaristas, e até mesmo pastores atuantes estão planejando se especializar em ministérios específicos como: aconselhamento, capelania, professores universitários e outros campos não relacionados à liderança de igrejas locais, abrem-se portas para o ministério bivocacionado, pois não haverá um grande número de ministros formados para os campos de atividade ministerial (de tempo integral), sendo que as igrejas menores terão grandes dificuldades para contratar – e manter – um pastor ou missionário com formação acadêmica, de tempo e salário integral, ao contrário, dispondo de um ministro bivocacionado, este se torna uma boa possibilidade para atuação junto a essas carências.
    Frente a grandes mudanças e o grande número de novas e pequenas igrejas, os ministros bivocacionados proporcionam estabilidade que essas igrejas necessitam, por que podem permanecer no mesmo local por períodos mais longo de tempo.
     Por último, mas não menos importante, conforme Dennis Bickers destaca no capítulo oito e nove algumas possibilidades para o ministro bivocacionado quanto à vocação ministerial e para a igreja que dispõe deste ministério, são:

    Quanto à vocação para o ministério bivocacionado: (1) o chamado por Deus para ocupar esta posição; (2) a certeza de estar suprindo uma necessidade; (3) o apoio da família; (4) dispor dos dons necessários para a tarefa na qual foi incumbido; (5) uma boa relação com os membros que o encaram de igual para igual devido ao segundo emprego; (6) experiências pessoais e profissionais; (7) conhecimento da comunidade; e (8) relacionamento com pessoas não-cristãs.
    Quanto aos benefícios e possibilidades para a igreja que dispõe de um ministério bivocacionado: (1) mais recursos para o ministério; (2) ministério pastoral mais longo; (3) esperam-se mais dos leigos; (4) a possibilidade de se contar com outros líderes; e (5) um ministro que se identifica mais facilmente com os membros.

    Quanto aos limites deste ministério, Dennis Bickers destaca que existem poucos recursos para o ministro bivocacionado, entre estes: livros sobre ministério pastoral direcionado para pequenas denominações e o próprio ministério bivocacionado. Outro fator são os questionamentos que surgem quanto ao ‘sucesso expresso nos números’, pois tendo o ministro bivocacionado um emprego paralelo, sendo na maioria das vezes ministro de uma igreja pequena, este por sua vez fica limitado a grandes empreendimentos e programas especiais variados, poucos batismos acontecem, dificuldades quanto a visitas e formação acadêmica em teologia.
     Também pode existir pouco apoio ao seu ministério, pois o ministério em si é um lugar solitário, sendo que muitas reuniões, cursos de treinamentos, seminários são realizados em horário comercial, justamente quando o postor bivocacionado está no seu trabalho. 
    Outro fator que limita o ministro bivocacionado é a tarefa árdua de harmonizar as dinâmicas do trabalho semanal junto às exigências do ministério pastoral (igreja), sua família, lazer e o tempo para o preparo da pregação e estudos adicionais. Frente a todas essas exigências, fazem-se necessário ter equilíbrio nas expectativas que se tem ao ministério, a igreja e a família. 
    Também como limites, podemos destacar alguns problemas que o ministério bivocacionado traz, assim como outros tipos de ministério, mas que estes sendo únicos no que diz respeito ao bivocacionado.
    Primeiramente, pelo fato do ministro bivocacionado dispor de um segundo emprego, o qual exige demandas do ministério, da família e necessidades pessoais, este fica limitado a algumas atividades e exigências do ministério.
    Segundo, o problema de começar a duvidar do seu chamado para o ministério ou questionar a sua validade, se agravando quando outros começam a expressar as mesmas dúvidas.
    Outro problema é a inveja por parte de outros ministros de tempo integral, tendo geralmente a ver com a situação financeira do pastor que tem um segundo emprego, pois estes têm muitas vezes as condições de gozar de um padrão de vida mais elevado do que muitos pastores de salário integral.
    Quarto, um ministro bivocacionado terá dificuldades de mudar de igreja, se não tiver a opção trabalhista para se mudar para outra cidade, pois a mudança entra em conflito com seu segundo emprego e as igrejas da área. A restrição do tempo também se torna obstáculo para muitos ministros bivocacionados, pois conciliar as horas gasta no trabalho com as atividades ministeriais da igreja não é tarefa fácil, exigindo muita disciplina e equilíbrio.
    Também podemos destacar a própria falta de conscientizarão quanto a importância deste ministério, pois muitas igrejas poderiam dispor da possibilidade de criar campos ministeriais bivocacionados, frente às vantagens que este oferece, assim como a própria má compreensão deste ministério por parte dos membros também inibe novas e possíveis vocações bivocacionais. Também os pastores e missionários de tempo integral não dão ênfase neste ministério, pois muitos têm medo, não sabendo separar as diferenças, atribuições e contratos estabelecidos entre ambos os ministérios, entendem somente como concorrência, infelizmente, sendo que estes poderiam dispor do trabalho de equipe, potencializando os trabalhos ministeriais. 
    E por último, a falta de crescimento da maioria das igrejas é um limitador para o ministério bivocacionado, pois por serem geralmente pequenas e a sociedade recompensar e valorizar o trabalho com base no crescimento numérico, na qual na cultura eclesiástica não é diferente, estes ministros podem ser pressionados a apresentar resultados com base, infelizmente, nos ministérios de tempo integral e as igrejas de grandes centros compostas por equipes de pastores.
     No capítulo nove, Bikers destaca outros três problemas ou desvantagens de uma igreja ter um ministro bivicacionado: (1) falta de disponibilidade imediata; (2) vínculos denominacionais enfraquecidos; e (3) a igreja ter somente um pregador, e não um ministro (pastor ou missionário de tempo integral).
    Destacamos pontos positivos e negativos relacionado ao ministério bivocacionado, segundo destaca Dennis Bickers. Como cada situação exige uma postura ou metodologia, lembramos que não estamos defendo o ministério bivocacionado como o “único modelo”, as uma alternativa válida e eficiente, tão quanto ao ministério de tempo integral, sendo que ambos os modelos tem seus fatores positivos e negativos, precisando sempre de análise e adequação para cada contexto e situação.   

    terça-feira, 3 de abril de 2012

    Fazedores de Tendas Fazedores de Discípulos

    Destaca o ministério dos “fazedores-de-tendas” como uma das mais importantes estratégias diante do desafio dos povos menos alcançados.
     
    Apresenta esse ministério no seu contexto histórico e contemporâneo, e a partir de um estudo de algumas personagens bíblicas, incluindo Daniel, José e o apóstolo Paulo.
     
    Elabora uma base bíblica e teológica para esse ministério que demonstram a soberania de Deus em usar profissionais dedicados à sua profissão e chamados à Missão Integral, para o cumprimento dos Seus propósitos.
     
    Propõe um currículo integrado de modelos de capacitação e preparação para profissionais brasileiros, candidatos ao ministério dos “fazedores-de-tendas”.
     
    Destaca ainda o momento oportuno em que a Igreja Evangélica Brasileira se encontra, como uma das maiores comunidades evangélicas do mundo, despertando-a em relação ao seu papel importante na força missionária transcultural.
     
    No mundo de hoje, papel que ela ocupará à medida que atualiza a sua atuação missionária e vale-se das estratégias mais relevantes, como o ministério dos “fazedores-de-tendas”. 
     
    Philip John Greenwood - reside no interior de São Paulo com sua esposa Jan, são britânicos e têm filhos: Luke, Rebecca e Kathryn. Missionários da Latin Link Europe no Brasil desde 1992.
     
    Trabalham com a aliança Universitária do Brasil nas áreas de discipulado e ensino. Recentemente estão dedicando cada vez mais do seu tempo no apoio á obra missionária transcultural brasileira, com interesse especial para profissionais em missões.
     
    Formou-se em Engenharia Química na Inglaterra, onde trabalhou como profissional por 13 anos. Philip e Jan fizeram o curso de missões transculturais no All Nations Christian College na Inglaterra.
     
    Philip tem mestrado em Teologia Prática pela FTSA - Faculdade Teológica Sul Americana em Londrina - Pr.
     
    Este livro é baseado na sua dissertação de conclusão de curso.
     

    ENTRE O MINISTÉRIO E MERCADO DE TRABALHO

    Agüentar uma dupla jornada de trabalho não é mole. Que o digam as mulheres que trabalham fora e, quando chegam em casa, ainda têm que cuidar da família. Muitos pastores evangélicos também vivem essa realidade exaustiva se dedicando ao ministério e a uma atividade profissional secular para complementar a renda familiar. Segundo um estudo desenvolvida pela Universidade de Brasília, em 2004, apenas 20% dos entrevistados pela UnB chegam aos R$ 3 mil de salário. A dificuldade para sustentar a família somente com a contribuição da igreja levou os líderes espirituais das congregações a optarem por dividirem o seu tempo com outro ofício. É por um salário melhor que muitos pastores se dividem entre uma profissão com carteira assinada e o ministério.

    Pensando em dar auxílio a esses pastores, que o escritor norte-americano Dennis W. Bickers iniciou em 2002 o Ministério Bivocacionados, onde dá assistência espiritual e dicas de como conciliar o emprego secular com o trabalho pastoral. Bickers é proprietário da Madison Heating & Air Conditioning em Madison, Indiana (EUA) e é pastor da Igreja Batista Hebrom. “No final da década de 1970, senti que Deus estava me chamando para o ministério. Naquela época, eu nunca tinha ouvido falar do conceito de bivocacionados, mas como eu tinha um trabalho em tempo integral em uma fábrica, além do meu trabalho pastoral eu havia me tornado um pastor bivocacionado”, relata Bickers que já escreveu cinco livros sobre o assunto e está lançando no Brasil o livro Conciliando Profissão e Ministério (Título original em inglês: The Bivocational Minister) pela CPAD (Casa Publicadora das Assembléias de Deus).

    Para o autor, no entanto, o maior desafio em conciliar ministério e trabalho secular é aprender a administrar o tempo e tentar encaixar todas as demandas nas 24 horas do dia. “Há cinco áreas da vida que os ministros bivocacionados devem manter em equilíbrio: a relação com Deus, relacionamento com a família, as expectativas que temos sobre o trabalho, as necessidades da igreja e o cuidado pessoal”, esclarece.

    Bickers afirma que muitas denominações nos Estados Unidos contam, em seus relatórios anuais, que o número de pastores que mantém uma dupla jornada de trabalho está crescendo. “Alguns destes ministros vão ter uma educação formal, (como qualquer outro pastor), mas outros vão começar o seu ministério, sem nenhuma educação ministerial, como eu fiz. Devemos ter outros meios para a formação destes pastores, por isso, comecei o meu ministério. Quero incentivá-los e fornecer-lhes os recursos que podem utilizar em seus ministérios”, afirma o pastor que já se prepara para lançar o sexto livro sobre o assunto.

    Realidade brasileira
    A realidade retratada por Bickers  é vivida por muitos ministros do evangelho no Brasil. Boa parte das igrejas do país não consegue dar o sustento necessário para seus pastores optarem apenas pelo ministério. Ao contrário de Bickers, os pastores brasileiros mantêm uma dupla jornada de trabalho mais por necessidade do que por vocação. Esse é o caso do pastor Fabiano Martiz, da congregação da Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo em Presidente Epitácio (SP). Ele é contato publicitário em uma rádio local e divide seu tempo entre as viagens ministeriais, a igreja e o trabalho secular. “Eu trabalho duas vezes por semana na rádio. O trabalho que mais gosto de fazer, no entanto, é a obra como itinerante. Viajando para pregar o evangelho em vários estados. Mas, como a igreja é pequena e não pode me dar o sustento necessário para manter a minha família, tive que optar por mais uma fonte de renda. Mas o meu ministério é prioridade”, diz o pastor, que mantém essa dupla jornada há quatro anos. Para ele, o maior problema em administrar as duas funções é arrumar tempo para fazer tudo o que precisa. “Minha vida é muito corrida, viajo de um lado para o outro e, às vezes, falta tempo para a família também, mas eu não posso fugir do chamado do senhor para minha vida, e graças a Deus que eu tenho uma família que entende isso e um trabalho flexível”, afirma.

    A família também é fator determinante para o sucesso no ministério da pastora e jornalista Adriana Reis. Ela conta que o marido a auxilia nos serviços domésticos e no cuidado com a filha de três anos. “Minha vida é uma correria, tento criar uma rotina de oração e leitura da Palavra, que muitas vezes e interrompida por um grito de criança, mas isso faz parte. Como priorizo Deus, o restante vai se encaixando. Em casa, conto com a ajuda e o apoio do meu esposo em tudo, ele faz até serviços domésticos, quando preciso. Graças a Deus!”, relata Adriana que trabalha como redatora do Jornal Show da Fé, do grupo Graça Editorial. Ela afirma que a compreensão de sua chefe na empresa é muito importante. “Deixo bem claro a posição que ocupo e sou respeitada quando digo que determinado dia não posso sair mais tarde por conta de algum compromisso na igreja. Já tive que sair do trabalho algumas vezes para emergências como realizar funerais”, conta a jornalista que foi consagrada ao ministério em 2005. “Eu pertenço ao Ministério Reconciliar (que fica no bairro da Posse, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense), uma Igreja fundada, há cinco anos, pelo pastor Claudio Renato Pereira e por mim. Na verdade, eu auxilio o trabalho dele, mas já assumi a posição de titular por três anos”. Para desempenhar as funções do ministério pastoral, os pastores do Ministério Reconciliar também contam com uma ajuda imprescindível. “Nós assumimos um chamado de Deus e Ele nos ajuda a desempenhar as tarefas, que são muitas e de grande responsabilidade. Contamos também com um grupo de colaboradores (corpo ministerial) que nos dá suporte, formado por intercessores, obreiros e diáconos. Eles nos ajudam nas visitas e abrem os cultos”, diz Adriana, cujo colega ministerial também tem um trabalho secular.

    O consultor imobiliário e pastor José dos Santos Almeida também tem um trabalho flexível que o ajuda a administrar as atividades ministeriais e profissionais. Dono do próprio negócio, uma imobiliária, Almeida se tornou pastor depois de 22 anos como corretor e consultor na área, hoje, ele tem 28 anos de carreira. Desde 2007, José é pastor da Igreja Batista da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Para o consultor, dedicação exclusiva à igreja é um mito. “Quase sempre os pastores exercem outras atividades. Algumas são mais afins ao ministério, como diretor de alguma agência missionária, ou o escritório da denominação e, outras são diferentes, como a que eu exerço, por exemplo. O pastor reclama, porém, que falta tempo para estudar. “Sempre falta tempo para se fazer o que quer, e eu me recinto por não ter tempo para fazer cursos e estudar mais, para aprimorar as duas atividades”, diz. Por ser dono do próprio negócio, o pastor tem uma certa flexibilidade. Almeida fez o seu trabalho de final de seminário exatamente sobre esse tema. Segundo ele, em 1994, quando concluiu o seminário, 50% dos pastores da denominação batista exerciam uma outra atividade profissional. “Acredito que a dificuldade da congregação dar o sustento suficiente para que o pastor possa sustentar a sua família é uma das causas da procura por um trabalho secular”, afirma.

    RELEVÂNCIA DA FORMAÇÃO TEOLÓGICA NO PREPARO DE LÍDERES DA IGREJA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

    O homem prudente busca o conhecimento”.
    (Provérbios 13.16a)


    A educação cristã tem sua importância fundamentada na própria história do povo de Deus desde os primórdios da criação. No Jardim do Éden Deus instruiu a Adão e Eva quanto ao propósito de cultivar e cuidarem do jardim: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, por que no dia em que dela comer, certamente morrerá” (Gn 2.16-17).

    Assim prossegue por todo o contexto do Antigo Testamento, de que o plano fundamental de Deus sempre foi o de que a educação do seu povo deveria acontecer, desde o contexto familiar (Ex 12.26,27; Dt 4.9,10; 6.4-7; 11.18,19 etc), e se estendendo para o nível comunitário (2 Cr 17. 9).
    "Ouça ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, e toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar". (Dt 6.4-7 – NVI)

    Moisés, após quarenta dias e quarenta noites sem comer pão e beber água, recebeu as palavras da aliança, desceu do monte Sinai e transmitiu aos israelitas os mandamentos que o Senhor tinha lhe dado (Ex 34.28,32).
    O rei Davi, poeta e músico, também soube dar a devida importância quanto ao ensino da Palavra de Deus para sua vida quando pediu por diversas vezes que o próprio Deus lhe ensina-se os seus mandamentos: “Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos, e a eles obedecerei até o fim” (Sl 139.33 – NVI).
    Quando nos transportamos para o Novo Testamento também encontramos em diversos contextos a importância da formação teológica dos discípulos, bem como do próprio Jesus, que crescia em conhecimento e graça diante de Deus e dos homens (Lc 2.52).

    Em um dado momento, estando Jesus a ensinar os seus discípulos, lhes advertiu quanto à importância de estarem preparados e bem instruídos quanto à vontade de Deus: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco? O discípulo não está acima de seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre” (Lc 6.39-40 – NVI).

    Em seu livro Treinando Obreiros, Craig Ott apresenta a didática de Jesus aplicado à formação dos discípulos. Ele destaca de forma especial a flexibilidade de Jesus e a sua capacidade de adaptar sua metodologia a situações específicas. Craig Ott cita em especial que Jesus tinha sua didática (1) orientada pela situação, (2) a ênfase voltada para o discípulo, (3) o conteúdo fácil de ser lembrado, (4) ele usava diferentes mídias, (5) promovia a reflexão e (6) exigia de seus discípulos uma resposta prática.

    Já no contexto da igreja primitiva, o apóstolo Paulo também deu demasiada importância quanto ao ensino e formação cristã, a semelhança de Jesus. Nas viagens missionárias realizadas, sempre expôs as Escrituras de forma eloqüente e sistemática, visando à conversão dos gentios e a edificação dos crentes. Quando escreveu a Timóteo, a este escrevia ensinando e recomendava-o instruir a outros: “Se você transmitir essas instruções aos irmãos, será um bom ministro de Cristo Jesus, nutrido com as verdades da fé e da boa doutrina que tem seguido” (1 Tm 4.6).

    Num outro contexto, Paulo exorta novamente a Timóteo para a prática do ensino: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (2 Tm 2.2).

    A história da igreja também demonstra a importância da formação teológica e o que acontece quando o mesmo é negligenciado. As palavras de Lutero demonstram os resultados na vida de toda a cristandade quando a estes lhe é tirado a formação teológica pura e simples:
    "Sob o tema sacerdócio ninguém entende outra coisa senão os “celebradores” e aqueles que estão a serviço do sacrilégio inútil. E a não ser que se passe de largo por esses usos e costumes sem valor e te agarres de olhos bem abertos somente às Escrituras, não superarás esse escândalo"[1].

    Podemos observar que toda a história da humanidade é desenvolvida em meio a diversos ideais filosóficos e religiosos. A igreja inevitavelmente não está livre de sofrer influências destrutivas destes movimentos ideológicos e paradigmáticos em todos os tempos. Muitos cristãos são levados a mudar seus conceitos quanto ao entendimento da doutrina de Deus e da salvação, sendo assim, sempre se faz necessários a constante formação de líderes que por sua vez possam instruir aos outros cristãos em geral.

    Segundo Schwarz (2001, p.50), Martim Lutero atribuiu ‘os efeitos destrutivos do Escolasticismo[2] na Idade Média como sendo uma mistura de teologia e metafísica aristotélica’. Dentro daquele ‘mundo’ as pessoas cristãs viviam, pensavam e falavam conforme padrões que diferem totalmente da cosmovisão bíblica. O problema é que as decisões com raízes históricas haviam sido transformadas em dogmas e depois canonizadas litúrgica e legalmente pela igreja. Um exemplo disso é que a vivência cristã no século XVI tinha sua mentalidade eclesiástica presa a diversos paradigmas equivocados da Palavra de Deus.

    Em nosso tempo, em pleno século XXI, a formação e o preparo de líderes cristãos continuam tão quanto ou mais importante devido as grandes mudanças em todos os âmbitos e ciências afins. O preparo de líderes no contexto brasileiro justamente tem sua importância devido a diversas influências culturais, históricas e religiosas.

    Em sua matéria A Alma Católica dos Evangélicos no Brasil, o pastor Augustus Nicodemus Lopes enfatiza a influência da cosmovisão Católica Romano no contexto evangélico brasileiro atual. Ele aponta que por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira a sua maneira de ver o mundo ("cosmovisão"). Quando ele destaca tal influência dizendo crer que grande parte dos evangélicos no Brasil tem a alma católica, ele justifica tal crença em alguns aspectos através destes itens: (1) O gosto por bispos e apóstolos; (2) A idéia que pastores são mediadores entre Deus e os homens; (3) O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados; (4) A separação entre sagrado e profano; e, (5) Somente pecados sexuais são realmente graves.

    Ainda, para uma melhor compreensão, reflita sobre à visão e compreensão que o pastor Augustus Nicodemus Lopes dos evangélicos tem sobre o tema "Alma Católica dos Evangélicos Brasileiros":
    "Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersos em práticas supersticiosas, me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neo-catolicismo tardio que surge e cresce em nosso país onde até os evangélicos têm alma católica".

    Como é possível perceber, a importância da formação teológica se dá diante destes aspectos mencionados acima, pois assim como a história do povo de Deus e de toda a história da igreja foi e é marcado por ensino, sempre vamos necessitar de liderança preparada teologicamente, que pense, ensine e pregue todos os desígnios de Deus de forma fiel (teologicamente) e contextual (culturalmente).

    Diante de tantos movimentos e religiões pseudocristãs, dos desafios modernos quanto à liderança cristã, da mudança cultural, pregações superficiais, entretenimento e show gospel, a falta de parâmetros éticos e morais entre outros, precisamos como igreja cristã preservar a prática de uma formação teológica relevante junto à liderança cristã brasileira. Precisamos de líderes que, nas palavras de Júlio Zabatiero, tenham toda convicção que ‘o tempo investido para pensar e fazer teologia será um dos tempos mais bem gastos no ministério’.

    Decida buscar o conhecimento de Deus. Invista na sua formação teologica cursando uma Faculdade de Teologia. Busque estudar por meio da internet (Ensino a Distância). Participe de Seminários ou Conferências. Forme uma biblioteca completa de livros teológicos escritos por escritores respeitáveis.

    REFERÊNCIAS
    Bíblia. Português. Nova Versão Internacional. Trad. Sociedade Bíblica Internacional. São Paulo: Editora Vida, 2000.
    LOPES, Augustus Nicodemos. Revista Fé para Hoje. Artigo: A Alma Católica dos Evangélicos no Brasil. Editora Fiel: nº 30, 2007.
    LUTERO. Martim. Como Instituir Ministros na Igreja. Obras Selecionadas VI 07. São Leopoldo, Sinodal, 2000.
    OTT, Craig. Treinando Obreiros. Curitiba: Editora Esperança, 2004.
    SCHWARZ, Christian A. Mudança de paradigma na Igreja. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2001.
    STEVENS, R. Paul. Os Outros Seis Dias. Viçosa: Ultimato, 2005.
    ZABATIERO, Júlio. A missão da teologia na vida de líderes e ministros do Evangelho. Disponível em: http://www.teologiabrasileira.com.br/Materia.asp?MateriaID=126. Acesso em: 14 jul. 2008.
    [1] Lutero. Martim. Como Instituir Ministros na Igreja. Obras Selecionadas VI 07. São Leopoldo, Sinodal, 2000.
    [2] O escolasticismo é compreendido pelo modelo acadêmico aristotélico de pensar (adotado nas universidades independentes a partir do século XII), que visa demonstrar o conhecimento racional e ordená-lo por sua própria causa (STEVENS, 2005, p. 19,216).

    sábado, 31 de março de 2012

    Vocação - Lu & Tero [Marcos Botelho]

    Aesse, assista ou baixe: http://www.youtube.com/watch?v=_OVJ0S0Da2o

    Pastor e Profissional

    Você se sente chamado para um ministério e ao mesmo tempo gosta de exercer sua profissão?

    Ser um advogado, um empresário, um mecânico ou um bancário e ao mesmo tempo um pastor? Deus aprovaria isso?

    Talvez você esteja considerando esta possibilidade, mas não acha que tenha experiência suficiente ou treinamento acadêmico adequado.

    Talvez não saiba como administrar um trabalho de tempo integral e o pastorado. Ou talvez até pense que Deus não aprovaria esse seu desejo.

    No Livro Pastor e Profissional, o veterano pastor bivocacionado Dennis Bickers vai guiá-lo através do desafio, das recompensas e das vantagens deste tipo de ministério.

    Para muitas igrejas de pequeno porte, ter um pastor bivocacionado é a única forma de sobreviver na comunidade.

    Se sua igreja está sofrendo com a constante mudança de pastores, o ministério bivocacionado pode ser a tão esperada solução.

    Líderes e membros da igreja também se beneficiarão com este livro.

    Deus me chamou para ser pastor, mas como vou deixar meu emprego se gosto tanto do que faço?
    Bickers dirige uma empresa da família e, ao mesmo tempo, é pastor de uma igreja que ele começou.

    Com base em sua experiência, o autor oferece dicas práticas sobre o preparo de sermões, a educação acadêmica, o estabelecer prioridades e como encontrar o equilíbrio na vida cristã como pastor, chefe de família e profissional.

    Quer já seja um ministério bivocacionado ou esteja considerando esta possibilidade, você encontrará encorajamento e inspiração neste livro.

    Dennis W. Bickers é um pastor bivocacionado que é proprietário da Madison Heating & Air Conditioning em Madison, Indiana.

    Conciliando Profissão e Ministério

    Orientações para ministros bivocacionados
    Os pastores (ministros) bivocacionados enfrentam desafios inigualáveis. São chamados para pastorear e lider igrejas pequenas, com poucos recursos. Muitas das quais estão estagnadas ou em declínio. Muitos pastores e líderes bivocacionados têm pouca ou nenhuma educação teológica formal. Há quem veja o ministério bivocacional como um ministério de segunda classe feito por quem não teve a oportunidade de servir em uma igreja grande. Junto com a família e as responsabilidades pertinentes a igreja, o segundo trabalho também requer uma grande parcela do tempo semanalmente. Mas você tem uma chamada especial, visto que os dois trabalhos oferecem oportunidade para o ministério. Neste livro você encontrará conselhos sólidos para ter sucesso (realização e eficiência) no ministério bivocacional. 1) Administrar o tempo sabiamente; 2) Definir o sucesso em seus próprios termos; 3) Desenvolver uma visão para a sua igreja; 4) Manter a paixão pelo ministério; E muito mais!

    Acesse e conheça o blog de Dennis Bickers: http://bivocationalministry.blogspot.com.br/